Não é fácil viver em São Paulo. A cidade exige exaustão como parte da rotina dos paulistanos. Enfrentar horas de deslocamento, poluição e trabalho pesado é comum. Por isso, existem na cidade os refúgios de tranquilidade para a mente, que são os centros culturais e museus. O objetivo da corrida desbravadora foi interligar alguns dos refúgios culturais da cidade, percorrer, conhecer a história de cada um deles e experimentar algo de algum acervo.
Era 7h20, 11º de temperatura, céu cinzento, as ruas estavam vazias e, ainda assim, 12 corajosos desbravadores aceitaram o desafio de atravessar parte da região central da cidade em nome da curiosidade e do esporte. Assim, partimos do MASP, depois de um breve alongamento, em direção aos primeiros checkpoints ainda na avenida Paulista: Fiesp, Itaú cultural e Casa das Rosas.
Depois de 2km percorridos, chegávamos na rua Vergueiro e, logo de cara, cruzamos com o 5º checkpoint: o Centro Cultural São Paulo.
A partir de então, iniciaríamos o nosso deslocamento em direção ao museu da imigração que fica no Brás. Antes disso, passamos pelo museu da imigração japonesa, na Liberdade, onde o Washington, o Luiz, o Hugo e a Romilda comentaram muitas coisas interessantes sobre a história do museu e do bairro da Liberdade, dentre elas, o controverso significado do nome do bairro. Seguimos então em paralelo à Avenida do Estado pelas largas ruas Junqueira Freire, Otto de Alencar e a não tão larga Silveira da Mota, quebrada do Luiz e da aspirante a vereadora eleita Romilda Vilela.
Agora, experimentaríamos as sensações mais inusitadas do percurso. Enquanto a maior parte da cidade é composta por asfalto, calçadas e viadutos, aquela região possui também diversas passarelas sobrepostas às movimentadas avenidas. Cada uma delas possui características que as tornam únicas, a destacar:
– Passarela sobre a Avenida do Estado pela Ana Neri: É proibido fotografar, com excessão aos “selfies“;
– Passarela da Rua da Mooca sobre os trilhos da CPTM: Estilo clássico, muito bem cuidada;
– Passarela da Rua Dr. Almeida Lima sobre a Radial Leste: Uma das melhores passarelas da cidade. Acessível a todos, sem degraus, bem sinalizada e com diversas entradas;
– Passarela sobre os trilhos da CPTM na região do Museu da Imigração – Velho, enferrujado e utilizado como banheiro, mas acesso importantíssimo à rua Palmorino Mônaco e ao metrô Brás.
Enfim, chegamos ao Museu da imigração, a antiga e cheia de histórias hospedaria dos imigrantes. Esta região, que em outros tempos foi local de passagem obrigatória de imigrantes estrangeiros, continua com o mesmo legado. Em parte do trecho na região do Brás, via-se diversas etnias de pessoas que, assim como os nossos ascendentes, vieram forçadamente ou tentar a sorte nas terras paulistanas. Forçadamente ou por terem sido escravizados, ou por que em situação de refugiados, deixaram sua terra para trás para terem direito à vida.
Agora estávamos na Rua do Gasômetro e nos direcionávamos ao Museu do Catavento. Ali aconteceu a nossa interação com parte do acervo do museu. O Andrew e a Carol conseguiram mover uma esfera de 2 mil quilos, missão realizável apenas quando se tem o superpoder desbravador em suas veias. Interagimos também com uma locomotiva exposta no jardim do Museu.
Finalmente, chegamos no miolo da cidade, o centro de todas as raças, credos, tipos e, principalmente, culturas! Ali, passamos pelo local de fundação da Vila de São Paulo, o Páteo do Collégio. Depois, passamos pelo museu da cidade de São Paulo, composto pela Casa da Imagem, Beco do Pinto e o Solar da Marquesa de Santos.
Ainda na região da Sé, passamos pelo museu Caixa Cultural, Centro Cultural Banco do Brasil, nos direcionamos ao viaduto do Chá e alcançamos então o belo Theatro Municipal. Passamos também pela novíssima e bela praça das Artes e, praticamente em linha reta, nos direcionamos ao Museu da Língua Portuguesa e Pinacoteca do Estado, finalizando nosso objetivo de percorrer os atrativos culturais paulistanos.
Não poderíamos ter finalizado nossa brincadeira em lugar melhor: Estava tendo uma exposição de automóveis antigos que deu um charme no visual de nossa exploração. Passamos pela Pinacoteca do estado e fomos até o parque da Luz, onde tivemos um bate-papo final.
Mais uma vez, contamos com a participação do grupo Corrida Amiga que, além de oferecer orientações pontuais antes e durante o percurso, tem apoiado e sido o braço direito do Desbravadores de Sampa. Agradecemos imensamente à Silvia e todos os amigos do Corrida Amiga pela força.
Nossa corrida terminou mas o gostinho de “quero mais“ ficou. A partir de já, vamos pensar na próxima corrida desbravadora. Contamos com a participação de todos desde a elaboração do percurso à execução da corrida.
Imenso obrigado aos desbravadores Luiz Roberto, Washington Sueto, Silvia Cruz, Andrew Oliveira, Denise Piva, Monica McDonough, Romilda Vilela, Fabiana Bento, Carol Nunes, Edna Lopes Camilo, Carol Marques e Hugo Peroni. Continuemos ocupando NOSSA cidade!
Veja abaixo o vídeo com um resumo da corrida desbravadora.
Desvravadores de Sampa. Corrida com conteúdo.
Dados do desbravamento
Distância: 15km
Tempo percorrido: 2h30’18”
Desbravadores: Vários
Fotos: Hugo Peroni e Washington Sueto
Mais detalhes, clique aqui.
Mapa do percurso:
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